domingo, 18 de junho de 2017

Filho não se compara!


pai de menina - eduardo buzzinari
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)


Logo, logo, sua linda pivetinha vai começar a engatinhar e depois de alguns (ou muitos) tombos ela finalmente vai ensaiar os primeiros passinhos. Por mais desengonçada que a menina possa parecer no início, ela certamente haverá de conseguir. Acredite! E quando isso acontecer, a euforia será geral: você irá contar a novidade para a vovó, para o vovô, pra outra vovó e pro outro vovô, pra madrinha de batismo, pra madrinha de consagração, pra madrinha de toalha, pro padrinho, pras titias, pros titios, pra pediatra, pra obstetra que fez o parto, pros amigos de infância, pra prima da diarista, pra sobrinha da esposa do porteiro, pro seu corretor de seguros, pra sua antiga professora do primário, pro veterinário do seu cachorro e até praquela atendente chata de telemarketing que te liga no meio da madrugada.
Geralmente nessa ordem de prioridades.
E mais. Além de engatinhar e andar, sua princesinha não tardará a embromar os primeiros sons e sílabas e logo estará balbuciando suas primeiras palavrinhas. Pelo menos assim o acharão o papai e a mamãe. Acostumados à convivência diuturna com a pequenina, ambos serão capazes de interpretar qualquer grunhido da piveta como a legítima expressão de uma manifestação intelectual consciente. Estarão convictos disso.
Desta forma, enquanto os outros estarão escutando-a articular sílabas desconexas e incompreensíveis, você e sua esposa garantirão que estão ouvindo perfeitamente ela pedir um biscoito ou perguntar como têm passado as visitas.
Não lhes parece óbvio?
         Enfim.
Tudo isso é muito lindo.
O problema todo acontece antes dela começar a engatinhar, falar ou andar. Principalmente quando se encontra com os pais de um bebê da mesma idade que já começou a executar alguma dessas tarefas primeiro que sua filhinha. E pode ter certeza de que, por mais desenvolvida que seja sua princesa, você sempre irá encontrar uma mãe tresloucada dizendo que o filho dela, além de já falar e andar corretamente, ainda toma banho sozinho, toca trombone e resolve equação de segundo grau.
       Mas deixe isso pra lá.
       Todo mundo sabe que cada criança se desenvolve no seu tempo. Sem neurose. O negócio é curtir sua pivetinha ao máximo, participando de cada pedacinho do seu crescimento. E ponto final. Você e sua esposa verão como tem coisa boa pela frente. Até porque as primeiras palavrinhas dela certamente vão ser mamãe e papai. E seus primeiros passinhos provavelmente serão para lhes dar um abraço.

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