(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
Curtiu? Você pode adquirir o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa com essa e outras histórias clicando aqui!
Sexo
na gravidez. Este é, sem dúvida, um dos assuntos sobre o qual mais bobagem já
se falou, empatado com o esquema tático da seleção brasileira na copa do mundo
e a vida eterna. Aliás, falar bobagem quando o assunto é sexo, torna-se quase
uma redundância. Sexo é uma bobagem. E deve ser exatamente por isso que é tão
difícil de tirá-lo da cabeça, seja no bar, na balada, na praia ou no
escritório. Parece que todo mundo só pensa naquilo.
Naquilo.
Mas
pode pensar naquilo durante a gravidez?
Há
controvérsias... E o certo é que o tema desperta mais dúvidas do que se possa
imaginar. Pode nos três primeiros meses? Pode na última semana? Pode sem
camisinha? Pode com força? Pode atrás? Pode de quatro? Pode engolir? Pode ter
orgasmo sem penetração? Pode fazer a armadilha da serpente? (que diabo é isso?)
Pode a fechadura entrelaçada? (essa você conhece, só não sabia que tinha esse
nome) Pode a rachadura do bambu? (se você não conhece essa, parceiro... precisa
atualizar sua vida sexual) Pode isso, pode aquilo? E etecetera e etecetera.
Aí,
como nem tudo dá pra perguntar para a ginecologista (ou até dá, mas nem sempre
se tem coragem), o jeito é caçar as respostas no Google. E foi depois de uma dessas pesquisas pela internet que a
Ana e o Roberto começaram a se estranhar.
-
Roberto, acabei de ler nesse site de
gestantes que fazer sexo durante a gravidez é super seguro.
- Tem
certeza?
-
Claro. Escuta só o que tá dizendo: sexo
faz bem para a relação do casal, pode ser feito sem restrições até a chegada do
bebê e é seguro, desde que seja uma gestação saudável e sem intercorrências.
-
Tá escrito isso?
-
Tá sim. Quer ler?
-
Não precisa, eu confio em você. E quem escreveu?
-
Não sei. Deve ter sido a autora desse site,
Gestante Sabida.
-
Mas ela é médica?
-
Não, publicitária.
-
Hum...
-
Que foi?
-
Nada. Que será que ela quis dizer com intercorrências?
-
Sei lá, Roberto. Deve ser alguma coisa grave, tipo um sangramento ou coisa
parecida.
- E
aquela cólica que você teve semana passada?
-
Ah, já passou...
-
Mas será que não foi um tipo de intercorrência?
-
Acho que não.
- E
como você sabe?
-
Aqui no site tá escrito que sentir
cólica durante a gravidez é normal.
-
Sei não.
-
Ih, Roberto... Você não confia em mim?
-
Em você eu confio. Só não confio na Gestante
Sabida.
-
Se você não quer fazer sexo comigo, é só falar!
-
Não é isso, Ana...
- É
o meu corpo? É a minha barriga que te desagrada?
-
Claro que não. Sua barriguinha tá linda!
-
Tá linda, mas não te excita?
-
Não, quer dizer, sim...
- É
por que eu parei de depilar as axilas?
-
Você parou?
-
Nem reparou, né?
-
Mas foi por causa da gravidez?
-
Não. Esqueci mesmo.
-
Não é isso. É que...
-
Então são meus gases?
-
Gases?
-
Vai dizer que não reparou nisso também?
-
Não, pensei que fosse o encanamento do banheiro...
-
Ah, Roberto... Você e suas desculpas! Quando a gente namorava, era todo dia,
toda hora; depois que casamos, passou a ser só nos fins de semana e nas
vésperas de feriado... E agora isso?
-
Mas, Ana...
- A
culpa é toda minha... Eu é que estou muito fácil, oferecida. Mulher não pode
ser assim! Tem que bancar a difícil, se
fazer de durona...
-
Você está sendo injusta comigo.
-
Ah, injusta?
-
Injusta sim. E vou provar como você está errada. Tá vendo esse embrulho? Eu
tava guardando pro dia dos namorados, mas...
-
Pro dia dos namorados?
-
Isso.
-
Ah, Roberto... Me desculpa. E o que
é?
-
Abre pra ver.
Pára
tudo! Agora você escolhe o final:
Se
você quer que a Ana abra o presente, siga adiante. Se você prefere que ela não
abra e aguarde o dia dos namorados para recebê-lo, salte algumas linhas e siga
adiante mais à frente.
Final
um: Ana abre o presente
-
Abre pra ver.
-
Hum... O que será?
- É
uma coisinha para mamãe mais sexy deste mundo.
-
Ai, Roberto... E eu fazendo mau juízo de você.
-
Esquece isso. Vai, continua abrindo!
-
Uau! Uma lingerie! Mas... Peraí!
Roberto, você viu o tamanho dessa calcinha? Você acha que vou usar uma coisa
dessas? Que tipo de mulher você pensa que eu sou? Ora, me respeita! Eu tô
grávida...
Final
alternativo: Ana não abre o presente
-
Abre pra ver.
-
Não, agora não. Não quero estragar a surpresa. Guarda pra me entregar só no dia
dos namorados, tá meu amorzinho?
-
Você que manda. Então, agora vamos esquecer essa briga... Vem cá meu chuchu,
meu docinho de coco, meu torresminho...
-
Ih, Roberto... Sai pra lá! Hoje não! Tou com dor de cabeça.
É,
parceiro... Discutir com mulher grávida é como decidir se vai pular da
frigideira para o fogo.
Se
ficar, o bicho pega. Se
correr, o bicho come.
Curtiu? Você pode adquirir o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa com essa e outras histórias clicando aqui!