quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Visitando o recém-nascido


(Conheça o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)


Sabe aquele primo de terceiro grau que você não via desde o verão de 98 e é mais chato que pernilongo zoando no ouvido? Você sabe de quem eu estou falando... Ele mesmo. Todo mundo tem um primo assim.
Pois é.
É justamente esse sem noção quem vai aparecer na sua casa no dia em que você chegar da maternidade com a nenê recém-nascida. Você e sua esposa sequer terão tido tempo de desfazer as malas e lá estará ele tocando a campainha. Provavelmente acompanhado de uma namorada duas vezes mais velha e seus três filhos do primeiro casamento. Aí, ele vai acordar a menina, vai apertar o queixinho dela sem lavar as mãos, vai espirrar no rosto da pobrezinha e, para arrematar, vai disparar a seguinte pérola – em alto e bom tom – Acho que ela puxou o primo! E olha que o infeliz é capaz de espantar o capeta com um sorriso! É tanta beleza que até hoje não se sabe se a cara dele é assim mesmo ou se o médico o puxou do lado avesso na hora do parto.
Foi pensando neste tipo de convidado – que, aliás, nem foi convidado – que resolvi compilar da internet uma série de regras de etiqueta sobre o assunto e formar uma espécie de guia do visitante do recém-nascido para uso doméstico. Assim, sugiro que você rasgue a página a seguir e a envie a todos os parentes e amigos que representem ameaças, digo visitas, em potencial. Principalmente para aquele tal primo de terceiro grau com o desconfiômetro quebrado. Segue aí.

Guia do Visitante do Recém-nascido

Regra nº 1 – Avalie a necessidade de visitar o recém-nascido. Sua visita é realmente tão indispensável que não possa esperar por alguns dias, meses, anos, a vida inteira ou um pouco mais para acontecer? Lembre-se: na dúvida, não vá!

Regra nº 2 – Ligue antes de ir. Assim, os pais do bebê poderão inventar uma desculpa qualquer e evitar o transtorno da sua visita.

Regra nº 3 – Caso as regras nº 1 e 2 não tenham sido o bastante para lhe fazer mudar de ideia, vá sozinho(a) e fique o mínimo possível. Sozinho(a) significa desacompanhado(a) e o mínimo significa no máximo uns dez minutos, ok?

Regra nº 4 – Lave as mãos antes de entrar no quartinho do bebê, o que, obviamente, não significa um permissivo para tocar no que quer que seja.

Regra nº 5 – Nunca beije as mãos ou o rosto do recém-nascido. E caso o recém-nascido seja a minha filha, a proibição fica estendida até os trinta e cinco anos de idade para visitantes do sexo masculino.

Regra nº 6 – Não tire fotos para compartilhar em redes sociais. Principalmente se a mamãe estiver descabelada, de camisola e com olheiras. Ou seja, não tire fotos nunca.

Regra nº 7 – Jamais peça para acordar o bebê. A não ser que você queira despertar a ira de um dragão de sete cabeças, loucamente enfurecido e cuspindo fogo pelas ventas. Falo da mãe, e não do bebê.

Regra nº 8 – Guarde os palpites para si mesmo(a). O papai e a mamãe já estarão suficientemente estressados para você irritá-los ainda mais com seu papo furado.

Regra nº 9 – Se estiver doente, não vá. Se estiver sadio(a), pense duas vezes antes de ir.

Regra nº 10 – Hora de amamentar é hora de ir embora. Não espere os donos da casa colocarem uma vassoura atrás da porta. Ou darem com a vassoura na sua cabeça.

E é isso. Eu perco o amigo, mas o bebê não perde o sono.

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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

CHILDFREE: É PROIBIDO PROIBIR




Primeiro eu achei que era piada.
Depois, pensei melhor e percebi que ninguém seria capaz de uma brincadeira tão sem graça. O tal negócio era sério mesmo.
Childfree. Ou, na tradução literal, “livre de crianças”.
Para quem, por sorte, nunca ouviu essa palavra antes, vale uma breve explicação. O childfree é um movimento que busca restringir a entrada dos pequeninos em hotéis, bares, restaurantes e outros estabelecimentos aparentemente feitos para adultos. Os simpatizantes defendem que é uma forma de se garantir a paz e o sossego em locais frequentados por casais sem filhos, que assim podem se embriagar em silêncio antes de seguir para o motel. Eu sei... É realmente difícil se acreditar em certas coisas. Fantasmas, extraterrestres, a lei de fidelidade partidária, o microfone do Sílvio Santos... Tem gente que duvida até hoje que o homem foi à Lua, só para citar um exemplo. Eu mesmo custei a aceitar que a seleção havia perdido a final da Copa de 98, embora tenha assistido àquele desastre pela televisão, como todos os outros brasileiros. Achava que acordaria no dia seguinte e que todos aqueles gols teriam sido um pesadelo pavoroso, fruto de um delírio nacional coletivo que contagiara torcida e imprensa num imenso surto psicótico. Fiz terapia e tudo.
Mas pior que o Zidane só mesmo o childfree – muito provavelmente os gênios que tiveram esta brilhante ideia se esqueceram de que eles próprios já foram crianças um dia.
Fico aqui pensando com meus botões qual seria a reação das pessoas se a tal proibição atingisse um outro segmento social, como os homossexuais, os deficientes, os índios ou os torcedores do América. Imagine só: “neste supermercado idosos não entram” ou “gordos não são bem-vindos nesta pizzaria”, ou ainda, “nada de torcedores do América perto da minha barraca de maria-mole”. Parece bizarro, não?
Colocando as coisas nestes termos, fica claro que o childfree, sob o manto de um falso movimento libertário, encerra um discurso de ódio e intolerância contra crianças. É claro que a opção de não ter filhos é uma escolha tão natural quanto qualquer outra e, como tal, merece respeito. O problema acontece quando essa opção transborda a esfera individual para se transformar num movimento que enxerga as crianças como criaturas inimigas. É justamente nesse ponto que toda a ideologia se perde, pois quem se sente plenamente feliz e realizado com suas escolhas não tem necessidade de convencer (ou obrigar) os demais a pensarem do mesmo modo.
Na verdade, o childfree é um movimento fascista, segregador e fruto de uma moralidade distorcida, na medida em que não se restringe à opção de não ter filhos, mas se esforça em afastar as crianças do convívio social. Prova maior disso é a placa recentemente colocada numa lanchonete de São Paulo, na qual se diz “cachorros são bem-vindos, mas favor amarrar as crianças ao poste”. Precisa dizer mais? Sorte deste sujeito que o cachorro dele não sabe ler.
E sorte nossa que as crianças não são politicamente organizadas a ponto de responderem na mesma moeda. Pois eu detestaria ser proibido de entrar na sorveteria.

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terça-feira, 7 de novembro de 2017

O MANUAL DO PAI DE MENINA


Todas as respostas que você queria num só lugar!



📖 | PAI DE MENINA [⭐️⭐️⭐️⭐️🌟]
Autor: Eduardo Buzzinari ( @_paidemenina_ )
"Pai de Menina" conta a história de um homem que será pai (de menina) pela primeira vez. O autor traz dicas e um guia completo de como agir em certas situações que acontecem no dia-a-dia quando você se torna pai. O livro contém as etapas da gravidez e todo o acompanhamento paterno. Cada conselho é essencial para a melhora do estilo de vida familiar! A leitura é leve e descontraída, com uma narrativa fluída. Eu, particularmente, desde o início do livro achei muito engraçado! Recomendo não só para os futuros pais de uma "pivetinha" mas também para quem tem interesse no gênero.