(Conheça o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
Sabe aquele primo de
terceiro grau que você não via desde o verão de 98 e é mais chato que
pernilongo zoando no ouvido? Você sabe de quem eu estou falando... Ele mesmo.
Todo mundo tem um primo assim.
Pois é.
É justamente esse sem
noção quem vai aparecer na sua casa no dia em que você chegar da maternidade
com a nenê recém-nascida. Você e sua esposa sequer terão tido tempo de desfazer
as malas e lá estará ele tocando a campainha. Provavelmente acompanhado de uma
namorada duas vezes mais velha e seus três filhos do primeiro casamento. Aí,
ele vai acordar a menina, vai apertar o queixinho dela sem lavar as mãos, vai
espirrar no rosto da pobrezinha e, para arrematar, vai disparar a seguinte
pérola – em alto e bom tom – Acho que ela
puxou o primo! E olha que o infeliz é capaz de espantar o capeta com um
sorriso! É tanta beleza que até hoje não se sabe se a cara dele é assim mesmo
ou se o médico o puxou do lado avesso na hora do parto.
Foi pensando neste tipo de
convidado – que, aliás, nem foi convidado – que resolvi compilar da internet
uma série de regras de etiqueta sobre o assunto e formar uma espécie de guia do visitante do recém-nascido para
uso doméstico. Assim, sugiro que você rasgue a página a seguir e a envie a
todos os parentes e amigos que representem ameaças, digo visitas, em potencial.
Principalmente para aquele tal primo de terceiro grau com o desconfiômetro quebrado. Segue aí.
Guia do Visitante do Recém-nascido
Regra nº 1 – Avalie a
necessidade de visitar o recém-nascido. Sua visita é realmente tão
indispensável que não possa esperar por alguns dias, meses, anos, a vida
inteira ou um pouco mais para acontecer? Lembre-se: na dúvida, não vá!
Regra nº 2 – Ligue antes
de ir. Assim, os pais do bebê poderão inventar uma desculpa qualquer e evitar o
transtorno da sua visita.
Regra nº 3 – Caso as
regras nº 1 e 2 não tenham sido o bastante para lhe fazer mudar de ideia, vá
sozinho(a) e fique o mínimo possível. Sozinho(a) significa desacompanhado(a) e
o mínimo significa no máximo uns dez minutos, ok?
Regra nº 4 – Lave as mãos
antes de entrar no quartinho do bebê, o que, obviamente, não significa um
permissivo para tocar no que quer que seja.
Regra nº 5 – Nunca beije
as mãos ou o rosto do recém-nascido. E caso o recém-nascido seja a minha filha,
a proibição fica estendida até os trinta e cinco anos de idade para visitantes
do sexo masculino.
Regra nº 6 – Não tire
fotos para compartilhar em redes sociais. Principalmente se a mamãe estiver
descabelada, de camisola e com olheiras. Ou seja, não tire fotos nunca.
Regra nº 7 – Jamais peça
para acordar o bebê. A não ser que você queira despertar a ira de um dragão de
sete cabeças, loucamente enfurecido e cuspindo fogo pelas ventas. Falo da mãe,
e não do bebê.
Regra nº 8 – Guarde os
palpites para si mesmo(a). O papai e a mamãe já estarão suficientemente
estressados para você irritá-los ainda mais com seu papo furado.
Regra nº 9 – Se estiver
doente, não vá. Se estiver sadio(a), pense duas vezes antes de ir.
Regra nº 10 – Hora de
amamentar é hora de ir embora. Não espere os donos da casa colocarem uma
vassoura atrás da porta. Ou darem com a vassoura na sua cabeça.
E é isso. Eu perco o
amigo, mas o bebê não perde o sono.
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