Não, não e não!
Taí a mais nova palavra
favorita da minha filha.
Desde que aprendeu a
juntar essas três letrinhas, a pivetinha não fala outra coisa. Tudo que se
pergunta – por mais curioso que seja – ela responde com um sonoro e estrondoso não.
- Lara, você quer papar?
- Não!
- Você quer água?
- Não!
- Você viu meus
chinelos?
- Não!
- Você já fez pipi?
- Não!
- Você gosta do papai?
- Não!
- Então posso ir embora?
- Não!
Dizem os especialistas
que a fase do não faz parte do
desenvolvimento infantil e se inicia por volta dos dois anos de idade. É nesse
período que a criança percebe que pode ter uma opinião própria sobre
determinados assuntos, o que será fundamental para a definição de sua
personalidade. Pois é. A baixinha está mesmo crescendo, quem diria... E aqui
vai um alerta aos navegantes! É nessa etapa que a filha começa a testar
autoridade dos pais e a explorar os limites da sua paciência ao rejeitar seus
comandos.
- Lara, vem falar com a
vovó!
- Não.
- Lara, tá na hora do
banho!
- Não.
E o que fazer? O
fundamental é manter a calma e tentar imaginar soluções criativas para
contornar esses inevitáveis impasses do dia-a-dia. Uma boa alternativa ao problema
– que nem sempre funciona, vou logo avisando – consiste em oferecer opções
claras e objetivas para que a criança tenha a falsa sensação de que possui as
coisas sob controle. Por exemplo:
- Você quer vestir a
blusinha branca ou a amarela?
- Você quer beber leite
ou suco?
É claro que não se pode
lançar mão desse expediente quando só houver uma resposta aceitável, como no
caso de sentar a menina na cadeirinha e colocar o cinto de segurança dentro do
carro.
E lembre-se que nem
sempre o não significa a negação de
um conceito. Às vezes, a criança fala não
porque está aborrecida ou simplesmente cansada. Isso geralmente acontece quando
ela recusa algo que seja de seu agrado (como um brinquedo novo) e pode estar
associado a uma portentosa birra. Nesses casos, nem chocolate resolve... Outras
vezes, o não é dito por mero hábito
ou força de expressão e não quer dizer nada mesmo.
- Lara, você quer ir
embora?
- Não.
- Então você quer ficar?
- Não.
Existem casos, ainda, em
que o não quer dizer sim, o que pode parecer meio complexo à
primeira vista, embora perfeitamente compreensível por uma mãe ou um pai
experimentado no assunto. O certo é que saber interpretar um não é uma arte de raro talento e requer
certa dose de experiência do ouvinte.
Mas não há nada que a
paternidade não resolva.
E, com um pouco de
paciência, qualquer novo papai ou mamãe estará habilitado a identificar os mais
diversos tipos de não. Portanto, não
entre em pânico quando a pivetinha se recusar a atender às suas ordens. Nem
sempre o não da sua filha significa
um desafio à sua autoridade. Na maioria das vezes, ela estará apenas testando a
sonoridade das letras e se divertindo com o impacto que essa palavrinha causa
ante a reação inusitada das pessoas.
E logo, logo essa fase
passa.
Ou não.
Curtiu? Conheça o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa clicando aqui!
Ou não.
Curtiu? Conheça o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa clicando aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário