segunda-feira, 7 de setembro de 2015
terça-feira, 11 de agosto de 2015
sexta-feira, 31 de julho de 2015
terça-feira, 21 de julho de 2015
Pai não entende nada
PAI NÃO ENTENDE NADA
- Um biquíni novo?
- É, pai.
- Você comprou um no ano passado!
- Não serve mais, pai. Eu cresci.
- Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu tanto assim.
- Não serve, pai.
- Está bem, está bem. Toma o dinheiro. Compra um biquíni maior.
- Maior não, pai. Menor.
Aquele pai, também, não entendia nada.
- É, pai.
- Você comprou um no ano passado!
- Não serve mais, pai. Eu cresci.
- Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu tanto assim.
- Não serve, pai.
- Está bem, está bem. Toma o dinheiro. Compra um biquíni maior.
- Maior não, pai. Menor.
Aquele pai, também, não entendia nada.
(Luís Fernando Veríssimo)
terça-feira, 14 de julho de 2015
De pai para filha: como uma menina vê o seu pai
O pai é o
primeiro amor na vida de uma menina.
E não há mal
nenhum nisso. Muito pelo contrário.
É um
sentimento doce e puro, que nasce espontaneamente e deve ser cultivado de
maneira saudável. Até porque é com base na construção desse vínculo que a filha
vai buscar o modelo de afeto que deseja receber no futuro.
De acordo
com os entendidos no assunto, como Erikson, Freud e Piaget, a mulher adulta
tende a escolher um parceiro com características assemelhadas aos pais ou
cuidadores. Isso acontece num plano inconsciente e resulta dos estímulos
recebidos nos primeiros anos de vida. De fato, as primeiras experiências afetivas do ser
humano são aquelas vivenciadas dentro de casa, o que faz com que a infância
tenha um papel decisivo na formação e no amadurecimento emocional do indivíduo.
Ainda segundo a teoria freudiana, é por isso que as meninas tendem a buscar no
futuro companheiro o arquétipo físico e psicológico do pai. Trata-se do famoso
complexo de Édipo, só que invertido e, por vezes, também chamado de complexo de
Electra.
É esta a fase em que a filha
costuma dizer que “é a namorada do papai”. Nada mais natural. Isso ocorre
porque a menina se identifica com a mãe a tal ponto que deseja assumir seu
papel e, ao perceber que ela possui um relacionamento com o pai, tenta
imitá-la, rivalizando com ela pelo amor paterno. É mais ou menos isso, eu
acho... É claro que essa percepção da realidade vai se rompendo com o passar do
tempo, mas deixará suas marcas indeléveis na personalidade da criança, que
inconscientemente desejará um parceiro com atributos paternos. Portanto,
dependendo do modelo que se tem em casa, a menina pode optar por um homem mais protetor
e responsável ou mais autoritário, mais agressivo, mais inseguro e assim por
diante, valendo, em toda sua extensão, a velha máxima tal pai, tal marido...
Por isso, é dever de todo pai
tratar sua filha com carinho incondicional, desenvolvendo uma relação de respeito,
confiança e amor. Afinal de contas, se hoje o pai trata sua filha como uma princesa,
ela não aceitará nenhum tratamento inferior a esse no futuro.
Curtiu? Conheça o livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa clicando aqui!
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segunda-feira, 22 de junho de 2015
Livro "Pai de Menina" vira notícia de revista
O livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa virou notícia na
Revista On de Três Rios/RJ, que publicou uma entrevista com o autor na
seção 5 perguntas. A reportagem é de Frederico Nogueira.
Segue a íntegra da entrevista:
1 - Qual foi o momento que percebeu que a paternidade poderia render
um livro?
A ideia foi surgindo aos poucos, ao longo da gestação da minha filha
Lara, como uma brincadeira entre minha esposa e eu. Eram tantas situações
engraçadas e vividas de uma maneira tão especial que achei que elas mereciam
ser registradas de alguma forma. Então, comecei a escrever pequenas crônicas
sobre cada etapa da gravidez e, em pouco tempo, o projeto foi tomando a forma
de uma espécie de manual. Passei a compartilhar os textos com alguns amigos que
já eram ou também seriam papais de meninas e o resultado rendeu boas risadas.
Até que um deles me disse: Adorei o seu
livro! E foi aí que pensei: É, acho
que isso daria um livro...
2 - O livro foi escrito com
diversos recursos de linguagem, como prosa, crônicas, diálogos, entre outros.
Todas as situações foram de alguma forma vivenciadas por você ou há textos a
partir de observações do cotidiano?
A maioria das situações foi genuinamente vivenciada por minha esposa
e eu. O capítulo que narra a compra do bercinho pela internet e as peripécias
da respectiva montagem, por exemplo, descreve exatamente o que aconteceu
conosco na ocasião. Sem tirar, nem pôr. De resto, é claro que nem tudo é
verdade. E muitos dos detalhes escritos foram inventados ou exagerados ao ponto
de caricatura, sempre para dar um toque de humor à narrativa.
3 - Quanto tempo levou desde a
ideia de escrever o livro até a conclusão?
Foi bem menos do que eu imaginava. Quase todos os capítulos foram
escritos num período de quatro a cinco meses, entre o fim da gestação da minha
filha e seus primeiros meses de vida. Tentei utilizar a linguagem mais
coloquial possível para que o livro tivesse o aspecto de um bate-papo entre
amigos, de modo a tornar a leitura leve e descontraída - o que, de certa forma,
facilitou o trabalho de escrever.
4 - O humor, que é ponto forte
dos textos, está distante da sua atuação profissional diária. Acredita que os
textos surpreendam quem conhece seu trabalho como magistrado?
Talvez sim. Mas o bacana é que isso ajuda a humanizar a figura do
Juiz, quase sempre identificado como um homem austero e mal-humorado, cercado
pelo estigma da severidade. Por debaixo da toga, o Juiz é uma pessoa como
qualquer outra, com todas as paixões e fraquezas humanas. Em matéria de
sentimento, não vejo diferença entre eu e o preso que me pede para dar um beijo
na filha recém-nascida ao fim de uma audiência criminal.
5 - E, afinal, o que é ser pai
de menina?
É entrar no
carrinho de uma montanha-russa, despencar numa descida vertical de cento e
vinte metros a uma velocidade de zunir os ouvidos, emendar três loopings seguidos e parar de cabeça para
baixo no topo da curva. Só conhece essa sensação quem já andou numa
montanha-russa cujo carrinho deu defeito no ponto mais alto de um giro em
trezentos e sessenta graus e quem é pai de menina. Muitos dos quais garantem
que estão de cabeça para baixo até hoje.
domingo, 21 de junho de 2015
sábado, 20 de junho de 2015
domingo, 14 de junho de 2015
Escolhendo o Nome do Bebê
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
A
essa altura do campeonato, não é incomum que sua filha já tenha mais pares de
sapatos que dias de gestação e, mesmo assim, ainda não saiba como se chama.
Pois
é.
A
barriga da futura mamãe continua crescendo e já é chegada a hora de escolher o
nome da sua princesa.
Aqui
vale uma única regra:
nunca,
jamais,
sob
nenhuma hipótese, causa ou circunstância, cogite a possibilidade de sugerir o
nome de uma ex-namorada para sua filha, por mais inofensivo que possa parecer
ou por mais bem-resolvida que seja sua relação conjugal.
A
não ser que você queira despertar a ira de um dragão de sete cabeças loucamente
enfurecido, cuspindo fogo pelas ventas e com a progesterona batendo na casa dos
cento e sessenta.
Tudo
por sua conta e risco.
No
mais, vale tudo.
Vale
escolher o nome da atriz preferida, de uma modelo famosa, de uma jogadora da
seleção de voleibol ou até mesmo daquela heroína dos videogames por quem você
era apaixonado na adolescência.
Vale
homenagear a mãe, a sogra, a esposa do porteiro, a prima da diarista ou até
misturar o nome das quatro para criar uma aberração grotesca e pavorosa (embora
eu pessoalmente não aconselhe esta opção).
Vale
inventar palavras malucas e sem sentido, como fazem as artistas de televisão.
Vale
até escolher nomes mais simples e comuns, que não exponham a criança ao
ridículo e à comiseração pública. Muitos, inclusive, adotam essa última
corrente: menos criativa, porém mais segura e ortodoxa.
Questão
de gosto.
- E
então? Já pensou no nome? – pergunta a mãe indecisa.
-
Já pensei em alguns... – responde o pai.
-
Diz aí.
-
Letícia?
-
Não. Já é nome da filha da Débora.
- A
Débora sua prima?
-
Isso. A Débora.
- E
qual o problema? Ela mora lá em Cascadura. Vocês mal se encontram.
-
Nem pensar! Invejosa como ela é... Vai pensar que eu tô imitando o nome da
filha dela.
- E
que tal Vanessa?
-
Não, senão vão pensar que é por causa da modelo que namora aquele jogador de
futebol.
-
Hum... Deixa eu ver... Isadora?
-
Ficou louco? Esqueceu que seu sobrenome é Pinto?
-
Vixi! Esquece...
-
Mais alguma ideia?
- E
se a gente misturasse nossos nomes?
-
Acorda, Vágner! Meu nome é Gina!
-
Tá difícil... O que você acha de Bruna?
-
Não.
-
Cláudia, Elisa?
-
Não, não.
-
Amanda, Taís, Priscila?
-
Não, não e não.
-
Sabrina, Raíssa, Ana Paula, Tamires, Bianca?
-
Não. Nenhum deles.
-
Carolina, Manuela, Luana, Cecília, Anita, Joana...
-
Não, não, não, não, não e... opa!
-
Que foi?
-
Joana! Taí, gostei! Joana!
-
Ufa! Então posso voltar a ler meu jornal?
-
Claro que sim, amorzinho. Daqui a pouco te trago uns biscoitos.
E
volta a Gina com os biscoitos.
-
Vágner... E o sobrenome?
-
Ora, isso é fácil. A gente pega um seu e um meu.
-
Mas eu tenho dois. Um do meu pai e um da minha mãe. Como vou escolher? O que
for preterido vai ficar desapontado.
-
Bom, então a gente põe dois seus e dois meus.
-
Mas aí o nome dela vai ficar muito longo.
-
Ora, paciência. Aliás, deve ser por isso que Dom Pedro I tinha dezessete
sobrenomes.
-
Sei... E você vai querer colocar o Pinto?
-
Onde?
- No
nome dela. Onde mais?
- E
por que não? Qual o problema com meu Pinto?
-
Nada, é que...
-
Escuta, Gina... Por que não deixamos essa discussão do sobrenome pra amanhã?
Afinal, já escolhemos o nome hoje. Deixamos o sobrenome pra amanhã. Que tal?
-
Hum... Tá bom.
E o
marido volta a ler o jornal.
-
Joana... Joana, gostei! Joana! Isso me faz lembrar... Peraí! Vágner, qual é
mesmo o nome daquela piriguete da sua ex-namorada?
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sábado, 13 de junho de 2015
Como Trocar Fraldas
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
Taí
uma coisa que você vai precisar saber.
Estatísticas
revelam que um bebê chega a usar mais de trezentas fraldas só no primeiro mês
de vida, o que, numa conta rápida, significa pelo menos dez trocas por dia.
Você sabe o que é isso? Não, você não sabe. Ninguém sabe o que quer dizer dez
fraldas sujas de cocô mole, fedido e esverdeado até ter o primeiro filho. Dez
trocas num único dia equivalem a uma troca a cada duas horas e meia (incluindo
as horas da madrugada, naturalmente). E você não vai deixar tudo por conta da
futura mamãe, não é mesmo? Isso significa que, cedo ou tarde (mais cedo do que
se imagina), você vai ter que encarar a sua primeira troca de fraldas.
Não
tem como escapar dessa, parceiro.
Pensando
nisso, preparei um tutorial simplificado em treze passos para auxiliar você,
pai moderno e participativo, no desempenho de seu mister.
Passo
1: Tenha todo o material a mão. Anota aí: uma fralda nova (é claro), algodão,
água morna, pomada para assaduras, um neném de
bunda suja, máscara de gás, o telefone do esquadrão antibombas e, sobretudo,
coragem.
Passo
2: Um conselho e advertência. Não importa o que aconteça ou o que se encontre
dentro da fraldinha... Uma vez iniciada a operação, não há como desistir ou
retroceder.
Passo
3: Coloque a criança sobre uma superfície sólida e segura. Evite as escadas
rolantes e o dorso de animais que se movam muito rápido.
Passo
4: Não dispense o trocador (aquela almofada de espuma plastificada que sua
esposa comprou e você não sabia exatamente pra quê). Reza a lenda que, se você
possui duas chaves na mão, a chance de escolher a correta na primeira tentativa
é de um para noventa e nove. Isso é mais que uma mera lenda urbana, meu caro.
Vai por mim... Não dispense o trocador, se não quiser correr o risco de um
desastre ecológico.
Passo
5: Olhe no fundo dos olhos do bebê com segurança e determinação antes de
começar os procedimentos. Assim como os cães, os pequeninos farejam o medo à
distância.
Passo
6: Respire fundo, faça o sinal da cruz e solte as fitas adesivas da fraldinha.
É nesse momento que você pensa como essa
coisinha tão meiga, tão linda, tão cheirosinha, tão fofinha, tão cor de rosa,
foi capaz de produzir tudo aquilo que se encontra no conteúdo do pacote
surpresa.
Passo
7: Levante as perninhas do bebê e comece a limpeza com um algodão embebido em
água morna. Lembre-se que meninas devem ser limpas de cima para baixo (se
existe alguma informação útil e digna de memorização neste livro, que seja
essa).
Passo
8: Retire a fralda suja e a leve em segurança até o tonel de contenção de lixo
radioativo.
Passo
9: Coloque a fralda nova por debaixo da criança e passe a pomada para assaduras
na parte da frente e no bumbum - prepare-se para se tornar sócio-contribuinte
da farmácia. Aliás, se as pessoas soubessem o preço das tais pomadinhas, é isso
que dariam de presente no lugar daquele monte de roupinhas repetidas.
Passo
10: Feche a fralda nova, ajustando as fitas adesivas de modo que sua princesa
se sinta confortável para a próxima descarga de... Bom, você sabe.
Passo
11: Não se esqueça de lavar as mãos antes e depois de toda a operação (uma
nota: se você está trocando sua filha enquanto lê este tutorial e se esqueceu
de lavá-las porque só agora o autor se lembrou de escrevê-lo, tudo bem - desde
que não conte nada à mamãe).
Passo
12: Se alguma das etapas anteriores não puder ser concluída com êxito, não
hesite em chamar a mamãe para te ajudar, como último recurso de desespero.
Passo
13: Missão cumprida? Nada disso. É aí que você escuta o barulho de um pum,
puxa a fraldinha de lado pra conferir o que aconteceu e dá de cara com uma
nova surpresinha te esperando. E a pivetinha só rindo.
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quarta-feira, 10 de junho de 2015
Chá de Fraldas
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
E
chegou a hora de falar do chá de fraldas.
Provavelmente
você já sabe o que é isso. Talvez até já tenha participado de alguns, já que,
na cabeça das mulheres, eles se tornaram uma tradição quase tão obrigatória
quanto fazer os exames de ultrassom ou correr para comprar blusas decotadas que
realcem o novo volume dos seios.
De
qualquer forma, para quem não conhece, vale uma breve explicação. Chá de
fraldas é uma espécie de festa de aniversário sem aniversariante. Tem
refrigerante, cerveja, bolo e salgadinho, mas não se canta o parabéns (por favor, não vá ser você a
cometer essa gafe de puxar a cantoria na hora de partir o bolo!). Geralmente,
acontece no salão de festas do condomínio ou no quintal de casa, sem muita
cerimônia, o que é pretexto para trajes informais, copos descartáveis e
guardanapos mais baratos.
O
ingresso é um pacote de fraldas.
E
aqui vai uma nota: é importante verificar no convite se existem especificações
técnicas quanto ao tamanho e modelo, pois é isso que vai te franquear acesso
irrestrito à mesa de salgadinhos. É esse o objetivo da festa: um pacote de
fraldas em troca de salgados frios e guaraná morno. Quem resiste? Negócio da
China. E caso você se esqueça de comprar as fraldinhas, não entre em pânico!
Invente uma desculpa bem improvável - uma dessas que de tão estapafúrdia só
pode ser verdade – tipo, fui abduzido no caminho para a festa e o alienígena,
além de extrair meus rins e uma amostra de DNA, ainda levou as fraldas para um
experimento genético. Dá pra acreditar?
Em seguida, prometa cinicamente que levará o pacote, sem falta, no dia seguinte
(até parece...), ignore os olhares feios dos donos da festa e siga
disfarçadamente em direção ao prato de rissoles.
Onde
paramos?
Ah,
o ingresso é um pacote de fraldas. Isso mesmo. Embora não seja proibido (e seja
até comum) levar outros tipos de presentes, tudo dependendo do grau de
afinidade e desprendimento financeiro do convidado. Assim, sua linda
pirralhinha poderá ganhar lembrancinhas, roupinhas, sapatinhos, brinquedinhos,
enfeitezinhos e outras peças de enxoval flexionadas no diminutivo. É claro que
isso tudo seria muito útil se sua esposa não tivesse comprado absolutamente todas
as coisas possíveis e imagináveis da loja de bebê. De fato, não restaram muitas
opções originais para os convidados e o que acontecerá na prática é que todas
as tentativas de surpreender a futura mamãe resultarão em falsos sorrisos e em
pilhas de presentes repetidos acumulados dentro do armário.
Quer
um conselho? O melhor é receber fraldas mesmo. E se alguém perguntar que outro
tipo de coisa sua garotinha estaria precisando, responda: mais fraldas. Se o
convidado continuar insistindo, mantenha-se irredutível: fralda, fralda e
fralda! (bata o pé, se julgar necessário) Acredite, parceiro: por mais fraldas
que se tenha, elas nunca serão o suficiente. E costumam acabar sem aviso
prévio, bem no meio da madrugada.
Mas
voltemos ao chá.
Recebidos
os convidados, costuma-se empilhar os pacotes de fraldas sobre uma mesa ou numa
escultura medonha em formato de torre no canto da parede (cuidado para não
despencar em cima daquela tia sensitiva que jurava ser menino o bebê). Aí, pela
estimativa da quantidade de fraldas e pelo custo dos salgados, você poderá
calcular mentalmente se a festa valeu a pena. Puro exercício de inutilidade, no
entanto. Quase sempre, a conta fica elas por elas. E ainda que assim não o
fosse, de nada adiantaria: a moça dos salgados não aceita devolução.
Pois
bem.
Logo
na entrada da festa, você perceberá que a barriga da futura mamãe se tornou uma
obra de domínio público (liga não, quando ela estiver amamentando serão os
seios). As pessoas reparam, apalpam, acariciam, fazem comentários e
prognósticos, como se o ventre materno fosse uma entidade autônoma, e não mais
parte integrante de um ser dotado de individualidade e vontade própria. O que
acontece de fato é que a sociedade se apropria das grávidas e as transforma
numa espécie de assunto de interesse geral. Por isso, não estranhe se os
parentes e amigos conversarem com a gestante olhando diretamente para sua
barriga ou até mesmo conversarem diretamente com a barriga, dispensando a
intermediação da hospedeira.
Passado
esse desconforto inicial e o ataque maciço à mesa de salgados, no entanto, é
chegada a hora das brincadeiras. E muitos dizem que as brincadeiras são a alma
do chá de fraldas. Funciona assim: as mulheres se reúnem em torno da gestante,
formando um círculo de cadeiras ao redor dela, como se fossem venerar um
oráculo. E os homens fazem o mesmo em torno do freezer de cerveja. Então, as
mulheres passam a entregar os presentes à futura mamãe, que deverá adivinhar o
conteúdo das embalagens. Os homens começam a tomar cerveja. A grávida (que, até
então, é só sorrisos) balança os pacotes próximo ao ouvido, avalia o tamanho e
formato dos embrulhos e arrisca seus palpites, enquanto as outras a incentivam
com gritos histéricos e assobios desvairados. Os homens continuam a beber
cerveja. A cada erro da futura mamãe, uma das convidadas tem o direito de
pintar um pedaço da sua barriga com batom. Os homens persistem tomando cerveja.
O mulheril segue em delirante euforia e nem percebe a cara de frustração da
dona da festa com os presentinhos mais ou menos que se sucedem um após o outro.
Os homens passam a falar de futebol, sem parar de tomar cerveja. Os espaços
livres na barriga da grávida terminam e as mulheres passam a colorir os braços
e o rosto da anfitriã, que, nesse momento, está olhando para o teto e imaginando
onde vai guardar aquele monte de porcarias repetidas que ganhou. Os homens
param de comentar futebol, mas não de beber cerveja. Todos os presentes já
foram abertos, a dona da casa acertou dois palpites, errou dezenove e está
parecendo uma caloura de faculdade com a boca pintada igual palhaço. Você olha
para o lado, vê um orangotango roxo com bolinhas amarelas dançando tango em
cima da mesa da sala e percebe que está bêbado demais para continuar tomando
cerveja.
Os
convidados vão embora.
Você
e sua esposa se entreolham.
-
Gostou da festa, querida?
Ela
não responde. Segue direto para a cama e se estatela em meio aos lençóis. Você
a acompanha, entra no quarto e troca de roupa. Mas não encontra espaço para se
deitar, porque, a essa altura da gestação, a futura mamãe já estará dormindo
abraçada a cinquenta travesseiros e não sobra nem um pedacinho livre da cama.
Aí,
você volta para a sala e repara que aquele orangotango colorido ainda está por
ali. Então, abre mais uma cerveja e fica o resto da noite de pijama discutindo
futebol com seu novo amigo. Aquele estranho primata dançarino.
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terça-feira, 9 de junho de 2015
Bercinho de Boneca
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
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Muito
bem.
Se
você achou que já estava tudo comprado com aquela infinidade de roupinhas e
acessórios da loja de bebês, está muito enganado. O limite da sua conta
bancária pode até já ter se esvaído num último suspiro de sobrevida, mas as
compras da sua princesa ainda estão longe de encontrar a luz no fim do túnel.
Muito longe, parceiro. Afinal, onde você achou que sua filha ia dormir? Numa
caixa de papelão?
O
berço. Falemos nele a partir de agora.
O
problema maior do berço não é comprar, é montar. E aqui vai uma página amassada
da minha vida para que você, futuro papai, pense duas vezes antes de comprar
móveis pela internet.
Era
inacreditável a diferença de preço daquele lindo bercinho americano com grades
em corrediças deslizantes (malditas grades em corrediças deslizantes...) na
loja de móveis infantis e no site da
internet. Aí, o papai de primeira viagem nem titubeou. Clicou logo no ícone comprar e saiu correndo para contar à
esposa o excelente negócio que fizera.
Pois
bem.
Passados
alguns dias, eis que chega a encomenda. E, para espanto e assombro geral, ao
invés de um berço, foi entregue ao futuro papai três caixas de papelão cheias
de peças de madeira, porcas e parafusos.
- É
esse o berço? – indagou o incrédulo dono da casa.
-
Uhum. Peça por peça – respondeu o irônico entregador.
Aí,
começou o meu calvário.
A
primeira dificuldade já foi de ordem logística. Levar as três caixas para o
quarto da linda pivetinha era como arrastar três mamutes sonolentos que haviam
engolido três brontossauros cada um (vale lembrar que a então futura mamãe
estava grávida, não podia carregar peso). Tentei arrastar, empurrar, levantar e
cheguei até a pedir por favor para
ver se elas iam sozinhas pro seu local de destino. Não deu certo. Então, a
futura mamãe (que assistia a tudo com indisfarçado sarcasmo) sugeriu, com a
maior naturalidade deste mundo, por que
você não abre as caixas e leva as peças uma a uma. Ah, era o que eu ia
tentar em seguida, evidentemente... (como
não pensei nisso antes?) E aí ficou fácil. Em apenas trinta e quatro
dolorosas viagens, transportei cada pedacinho do berço pro quartinho da nossa
boneca (por mais de uma vez, confesso que tive a nítida sensação de estar
transportando todas as partes de um porta-aviões). Enfim, concluída a primeira
etapa do trabalho, só me restou anunciar em voz alta: vou montar o bercinho no domingo de manhã (assim dá tempo de passar essa maldita dor nas costas de tanto carregar
peso pra lá e pra cá, foi o que ficou dito nas entrelinhas).
E
não tardou a chegar o tão esperado domingo de manhã.
Logo
cedo, o intrépido construtor espanou a poeira da caixa de ferramentas, colocou
uma música divertida na caixa de som e avisou para a esposa: daqui a uma meia hora a gente dá uma
caminhada na praia, passa no mercado pra pegar uma carne, depois na banca pra
comprar o jornal e volta pra fazer o almoço, ok?. Ela se limitou a balançar
a cabeça para os lados, sem dizer que sim ou que não. Parecia que já estava
antevendo o resultado do dia.
Primeiro passo -
pensou então o futuro papai - localizar o
manual de instruções para planejar a ordem dos trabalhos. E aí veio a
primeira surpresa do dia: o dito manual consistia numa única folha de papel que
só tinha duas figuras, sendo que a segunda já era do berço completamente montado.
Mas nada de desanimar! Se o homem foi à
Lua e voltou, como não vou ser capaz de montar um simples bercinho de bebê?,
foi o que imaginei na sequência. Aí, depois de separar as peças e identificar
todos os dezessete tipos de parafusos diferentes (isso quarenta minutos
depois), fui forçado pelas circunstâncias a alterar o planejamento da manhã: Amorzinho, a caminhada na praia vai ter que
ficar pra outro dia... Mas, terminando aqui, a gente passa no mercado e na
banca de jornal.
Quatro
horas depois e encerrado o repertório de músicas do telefone celular, nova
mudança de planos: abandonar a ideia do jornal, trocar a carne pelo macarrão de
anteontem requentado que foi comido ali mesmo no chão do quarto e, sobretudo,
desligar o som, porque já não aguentava mais ouvir os Guns n’ Roses gritando na minha cabeça.
Não
posso reproduzir aqui a quantidade de vezes que eu xinguei o fabricante do
produto, nem todas as trinta e nove formas inusitadas de tortura que imaginei
para o cara que desenhou o manual de instruções. Lamento pela lacuna na
narrativa. Mas é isso ou corro o risco de ser interditado por grave transtorno
de personalidade antissocial.
O
fato é que passou a manhã, passou a tarde e, quando chegou a noite, eu ainda me
digladiava com as detestáveis grades em corrediças deslizantes (esse tipo de
grade devia ser proibida pela saúde pública, todo cuidado com elas!). Ao fim do
dia, contudo (e finalmente vencida a batalha), cruzei os braços e posei
radiante em frente à monumental obra prima. Era chegado o momento glorioso de
chamar a futura mamãe para exibir em triunfo o resultado do meu esforço. Não
sem antes esconder os cinco parafusos, as oito porcas e o tubo de cola que
sobraram da montagem (o tubo de cola, diga-se de passagem, eu só encontrei
depois do berço pronto e até agora não imagino pra que servia).
A
futura mamãe ainda se fez de durona, passou os olhos pelo berço em minuciosa
revista, escorregou os dedos pela cabeceira, testou as odiosas grades em
corrediças deslizantes, mas por fim se rendeu ao primor de um serviço bem
feito.
- E
então? – indaguei a ela para obter o reconhecimento formal da vitória.
-
Excelente! Juro que pensei que você fosse desistir.
-
Imagina... Vê se eu não iria conseguir montar um bercinho de bebê.
- É
mesmo uma pena que vamos ter que desmontar para levá-lo pro nosso quarto. Já te
falei que, enquanto ela for novinha, deve dormir perto da gente, não falei?
E
foi aí que quase desmaiei, ao perceber que o berço americano com suas malditas
grades em corrediças deslizantes não passava pela porta.
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segunda-feira, 8 de junho de 2015
Parece com a Mãe ou com o Pai?
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
Ela
se parece com a mãe... Ou será com o pai?
Prepare-se,
parceiro.
Essa
é uma das coisas que você mais irá ouvir depois que a pivetinha nascer. Esquece
aquele papo de que neném tem cara de joelho. Nada disso. Logo, logo, você vai
perceber que todas as pessoas que forem à sua casa conhecer a pequerrucha, irão
arriscar o seu palpite. Coluna um para os que acham que a princesa se parece
com a mamãe. Coluna dois para quem aposta no papai. E coluna do meio para os
que quiserem ser politicamente corretos e declarar que ela se parece com os
dois em igual medida de proporção e simetria. Pode ir se acostumando à loteria
do achismo.
E
nem adianta proibir as visitas com a desculpa de que a menina é recém-nascida.
Até porque, cedo ou tarde, você vai ter sair com ela nas ruas e então... Haja
palpite desconjuntado!
Mais
engraçado é quando o visitante teima em dizer que, ao invés de se parecer com o
pai e a mãe, a criança se parece mesmo é com ele próprio. Minha mãe, por
exemplo, cismou que o dedo mindinho do pé esquerdo da minha filha era
exatamente igual ao dela. Um pouquinho mais levantado em relação aos demais.
Mas, tudo bem. Mãe é mãe. Aliás, vó é vó, tem todo o direito de reivindicar um
pedacinho da netinha para ela. O pior é aquele primo de terceiro grau sem
noção, que você não via desde as férias de 98 e é mais feio que indigestão de
torresmo, olhar para a cara da pequena e disparar a seguinte pérola: Acho que ela puxou o primo!
Aí,
você não sabe se ri, se chora ou se bate a cabeça na parede (a dele, é claro!).
Na
moral, o infeliz é capaz de espantar o capeta com um sorriso, parece ter sido
feito do lado avesso e só não é mais feio porque não tem irmão gêmeo; aparece
na sua casa sem ter sido convidado, acorda a menina que tava dormindo e ainda faz o desaforo de falar uma coisa dessas. Não
dá, né? Depois, vão dizer que você é mal educado quando se esquecer de entregar
o convite dele pra festinha de um ano...
Ai,
ai.
Você
ainda vai passar por isso, parceiro...
Pode
ter certeza.
Até
porque esse assunto das parecenças dá
muito mais pano pra manga do que você imagina. E não raro deflagra uma
verdadeira guerra entre as famílias do papai e da mamãe, que passam a disputar
os traços físicos do bebê com a voracidade de quem briga por territórios no
tabuleiro do war.
É
um tal de falar que os olhos são da mãe, que o nariz é do pai, que a boca é de
não-sei-quem e, às vezes, aparece até um desorientado para dizer que o cotovelo
(o cotovelo?) é igualzinho ao da tia Marieta. É mole?
Bom,
em linhas gerais, a coisa funciona assim: na presença dos parentes do pai,
todos vão concordar que a princesinha puxou os atributos paternos. Inclusive a
mamãe (resignada, embora incomodada). Já na frente da família materna, é a vez
do papai admitir que ela é a cópia em miniatura, carimbada e autenticada, da
mãe. E ainda vai aparecer uma tia solteirona com uma foto antiga para ficar
comparando com o rostinho da menina.
Até
aí, nada demais.
O
problema todo acontece quando as duas famílias se juntam sob o mesmo teto (o
que certamente vai ocorrer em algumas situações como o batizado, o primeiro
aniversário...). É nessa hora que a chapa esquenta. E não basta ficar
cronometrando o tempo que a pequenina passa no colo de cada avó, nem tentando
defendê-la dos apertões das tias corujas. O babado vai muito além. E
dificilmente você terminará o dia sem intermediar uma discussão calorosa e
efervescente sobre a origem genealógica dos olhos da piveta.
Ah...
E quando alguém finalmente disser que ela se parece com você, sempre vai surgir
um engraçadinho com aquela velha piada sem graça: tadinha, o importante é que tem saúde...
Já
estou até acostumado.
E,
pra dizer a verdade, nem ligo.
Até porque eu sei que
ela é a cara do pai.
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terça-feira, 2 de junho de 2015
Cuidado: Pai Bravo
Imprima e cole na porta da sua casa
Serviço de Utilidade Pública para Papais de Meninas
Depois não digam que a gente não avisou...
É Menina! – A Notícia
(Este texto é parte integrante do livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa, de Eduardo Buzzinari)
- É menina! – disse a médica do ultrassom.
Tudo começou assim. E de que outro jeito haveria de ser?
O
certo era que essas duas palavras mudariam a minha vida para sempre.
Era
uma manhã ainda fresca do mês de janeiro, quando entramos na clínica médica
para a terceira ultrassonografia: a que revelaria o sexo do bebê.
Dezesseis
semanas de gestação.
Tinha
sido um custo esperar tanto.
Antes
disso, é claro que já havíamos lançado mão de outros expedientes menos
científicos na tentativa de descobrir se esperávamos por um menino ou por uma
menina. Não foi Shakespeare quem disse que há mais coisas entre o céu e a terra
do que supõe nossa vã filosofia?
Não
custava arriscar, afinal.
Começamos
pelo teste da colher e do garfo. A mecânica era extremamente simples:
escondia-se um garfo e uma colher, cada qual sob uma almofada diferente, e
pedia-se para a futura mamãe se sentar sobre uma delas. Colher era menina e
garfo era menino. Deu Garfo.
Passamos,
então, ao método da soma (que, embora calcado em sólida sustentação matemática,
havia sido extraído da internet, como o anterior). Assim, somamos a idade da
gestante ao mês da fecundação e reduzimos o resultado obtido a um só algarismo.
Deu par. Menino de novo.
O
teste da aliança foi igualmente categórico. A aliança de ouro amarrada a um fio
de cabelo se moveu como um pêndulo sobre a barriga da mamãe. Nada de círculos.
E menino outra vez.
Na
sequência, fizemos a prova da idade lunar, tabela chinesa e medição da
frequência cardíaca (putz, como tem porcaria na internet...). O resultado?
Menino, menino e menino sem dúvida.
-
Barriga pontuda – disse uma tia sensitiva da minha esposa – É menino na certa!
Pode encomendar a chuteira de futebol.
Aí,
o futuro papai ficou todo bobo.
E
já começou a fazer planos de comprar a camisa do time de coração, ler para ele os
velhos quadrinhos de super-heróis, assistir juntos a filmes de aventura e até
tomar leite achocolatado na cadeira de papinha falando das meninas do berçário.
Afinal
de contas, tantas teorias empíricas de credibilidade insuspeita não poderiam
estar enganadas ao mesmo tempo. Ainda mais se endossadas pelo palpite infalível
daquela tia sensitiva. Barriga pontuda, ela disse. Não tem erro!
Aí,
veio o dia do ultrassom.
Na
noite anterior, eu havia sonhado com uma menininha. Estranho... A sala de
exames toda decorada de florzinhas também podia ser uma mera coincidência do
acaso. O papel de parede cor de rosa por detrás do monitor, outro tanto.
Mas
a tela em preto e branco do aparelho, essa não.
(apesar
de eu não ter entendido nada daquelas manchas e borrões que se supunham minha
filha)
- É
menina! – disse a médica do ultrassom.
E a
ciência derrubou a certeza de todas aquelas lendas populares num só golpe.
Um,
dois, três, quatro... Dez!
Vitória
por nocaute.
Na
lona, restaram os mitos desfeitos e o pai da menina atropelado por uma manada
de elefantes.
A
futura mamãe logo se apressou em buscar o rosto do marido para saber qual seria
sua reação, mas os olhos dele estavam vidrados numa outra dimensão. A tela do
ultrassom imediatamente tomou a forma de um trilho de montanha-russa numa
descida vertical de cento e vinte metros. O carrinho onde o pai acabara de
embarcar deu um estalido seco e despencou a uma velocidade de zunir os ouvidos
para emendar três loopings seguidos e
parar de cabeça para baixo.
-
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...
Só
conhece essa sensação quem já andou numa montanha-russa cujo carrinho deu
defeito no ponto mais alto de uma curva em trezentos e sessenta graus e quem é
pai de menina. Muitos dos quais garantem que estão de cabeça para baixo até hoje.
E
foi assim que vi aquela chuteira de futebol se transformar numa linda sapatilha
de balé.
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