segunda-feira, 22 de junho de 2015

Livro "Pai de Menina" vira notícia de revista

O livro Pai de Menina: Bem-vindo ao Mundo Cor de Rosa virou notícia na
Revista On de Três Rios/RJ, que publicou uma entrevista com o autor na
seção 5 perguntas. A reportagem é de Frederico Nogueira.

pai de menina - eduardo buzzinari

Segue a íntegra da entrevista:

1 - Qual foi o momento que percebeu que a paternidade poderia render um livro?

A ideia foi surgindo aos poucos, ao longo da gestação da minha filha Lara, como uma brincadeira entre minha esposa e eu. Eram tantas situações engraçadas e vividas de uma maneira tão especial que achei que elas mereciam ser registradas de alguma forma. Então, comecei a escrever pequenas crônicas sobre cada etapa da gravidez e, em pouco tempo, o projeto foi tomando a forma de uma espécie de manual. Passei a compartilhar os textos com alguns amigos que já eram ou também seriam papais de meninas e o resultado rendeu boas risadas. Até que um deles me disse: Adorei o seu livro! E foi aí que pensei: É, acho que isso daria um livro...

2 - O livro foi escrito com diversos recursos de linguagem, como prosa, crônicas, diálogos, entre outros. Todas as situações foram de alguma forma vivenciadas por você ou há textos a partir de observações do cotidiano?

A maioria das situações foi genuinamente vivenciada por minha esposa e eu. O capítulo que narra a compra do bercinho pela internet e as peripécias da respectiva montagem, por exemplo, descreve exatamente o que aconteceu conosco na ocasião. Sem tirar, nem pôr. De resto, é claro que nem tudo é verdade. E muitos dos detalhes escritos foram inventados ou exagerados ao ponto de caricatura, sempre para dar um toque de humor à narrativa.

3 - Quanto tempo levou desde a ideia de escrever o livro até a conclusão?

Foi bem menos do que eu imaginava. Quase todos os capítulos foram escritos num período de quatro a cinco meses, entre o fim da gestação da minha filha e seus primeiros meses de vida. Tentei utilizar a linguagem mais coloquial possível para que o livro tivesse o aspecto de um bate-papo entre amigos, de modo a tornar a leitura leve e descontraída - o que, de certa forma, facilitou o trabalho de escrever.

4 - O humor, que é ponto forte dos textos, está distante da sua atuação profissional diária. Acredita que os textos surpreendam quem conhece seu trabalho como magistrado?

Talvez sim. Mas o bacana é que isso ajuda a humanizar a figura do Juiz, quase sempre identificado como um homem austero e mal-humorado, cercado pelo estigma da severidade. Por debaixo da toga, o Juiz é uma pessoa como qualquer outra, com todas as paixões e fraquezas humanas. Em matéria de sentimento, não vejo diferença entre eu e o preso que me pede para dar um beijo na filha recém-nascida ao fim de uma audiência criminal.

5 - E, afinal, o que é ser pai de menina? 

É entrar no carrinho de uma montanha-russa, despencar numa descida vertical de cento e vinte metros a uma velocidade de zunir os ouvidos, emendar três loopings seguidos e parar de cabeça para baixo no topo da curva. Só conhece essa sensação quem já andou numa montanha-russa cujo carrinho deu defeito no ponto mais alto de um giro em trezentos e sessenta graus e quem é pai de menina. Muitos dos quais garantem que estão de cabeça para baixo até hoje.
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário